flores para todos

VÍDEO: há dois anos, projeto da UFSM auxilia agricultores no cultivo de flores

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Foto: PhenoGlad (Divulgação)
Regina Tomiozzo, estudante de doutorado em Agronomia da UFSM, e Nathália da Rosa, estudante do curso de graduação em Agronomia

A propriedade do agricultor João Hartz, 56 anos, sempre teve uma grande diversidade de produtos: feijão, milho, aveia, soja, pomares de frutas, criação de gado e galinha. Como ele é dono de uma agroindústria em Silveira Martins, tem de tudo um pouco. Mas, em 2020, João implementou uma novidade: o cultivo de flores



style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">Há 12 anos, João, que é técnico em informática, largou a vida urbana junto com a esposa Ivana, professora, para viver no campo. Ele transformou a propriedade de 15 hectares em um ponto de turismo rural e, com as flores, quer estimular ainda mais esse potencial turístico. 

- Nunca tive resistência para mudanças, e gosto sempre de novidades. Por isso, essa experiência com os gladíolos (espécie de flores produzida) tem sido positiva. Deu tudo certo durante o processo, contamos com ajuda da Emater e pesquisadores da UFSM - conta João.

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A ideia era terminar a colheita das 200 mudas de flores até o Dia das Mães. Mas, por causa de especificidades da região de Silveira Martins, as flores só estão sendo colhidas agora. A ideia era conseguir uma renda extra comercializando os gladíolos para decorações de eventos, porém, por causa da pandemia do coronavírus, João e Ivana estão dando outro destino às plantas.

- Estamos presenteando vizinhos e amigos com as flores. É bem difícil conseguir vendê-las nessa época, então estamos distribuindo para as pessoas que, por causa do distanciamento, às vezes acabam se sentindo sozinhas, não recebem visitas. Nesta semana, levamos um buquê na casa de uma idosa de 92 anos que está em casa. É um jeito de trazer alegria na vida das pessoas - relata João, que toma todos os cuidados de higiene e distanciamento quando faz as entregas. 

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Foto: Arquivo Pessoal
Produção de gladíolo na propriedade de João e Ivana

AUXÍLIO DA EMATER
A engenheira agrônoma da Emater de Silveira Martins, Katiule Morais, conta que é o primeiro ano que o município participa do projeto "Flores para Todos", desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

- Eu acho que essa cultura tem tudo para dar certo no nosso município, que é conhecido pelo turismo. Tanto como ornamentação, mas também como uma alternativa de renda e uma novidade para o mercado local. 

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Além da propriedade de João, também foram cultivados gladíolos em uma área do Centro de Convivência e Assistência Social da cidade. Por lá, o objetivo era que alunos utilizassem o espaço para atividades escolares, mas, como as aulas presenciais estão suspensas, ainda não foi possível. Assim como João, Katiule também distribuiu as flores. 

- Estou levando para embelezar locais públicos. Recentemente, levei algumas plantas para o hospital, para alegrar os profissionais de saúde neste momento - afirma a engenheira agrônoma. 

UFSM ACOMPANHA PRODUÇÃO DE AGRICULTORES E ESCOLAS
Além da Emater, uma equipe formada por alunos e professores da UFSM dá suporte aos produtores. Chamado "PhenoGlad", o grupo trabalha com pesquisa e extensão em floricultura e paisagismo. Também participam do projeto a Unipampa, e instituições de Santa Catarina, Paraná, Pernambuco, Maranhão, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

De acordo com a professora do Departamento de Fitotecnia Lilian Osmari Uhlmann, o trabalho visa divulgar a cultura do gladíolo para os produtores como uma nova alternativa de diversificação da propriedade rural e agregação de renda. 

- A ideia de trabalhar com os gladíolos veio por ser uma planta mais rústica, que pode ser produzida a campo, sem estufas. Por isso, não demanda tanto investimento, o que facilita a implementação nas propriedades. O projeto iniciou em 2018 e, desde então, já teve cinco fases - destaca.

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Foto: PhenoGlad (Divulgação)

TRABALHO DURANTE A PANDEMIA

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">A finalidade é produzir flores para datas de pico de consumo, como Dia das Mães e Finados, por exemplo. Durante a pandemia do coronavírus, as orientações ocorrem à distância, para evitar uma possível disseminação do vírus. E, por causa do distanciamento, os produtores também encontraram dificuldades para comercializar as plantas no Dia das Mães.

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- Como a cultura das pessoas aqui na nossa região não é de comprar ou presentear flores o ano todo, focamos nessas datas de maior fluxo. Como as flores são comercializadas em feiras e outros espaços que agora, com a pandemia, foram reduzidos, os agricultores tiveram que se reinventar, vender pela internet, fazer entregas... foi um desafio bem grande - conta Lilian.

Para ajudar os produtores, foi desenvolvido o aplicativo "PhenoGlad Mobile" para programação e gestão do cultivo. Com o crescimento do projeto, existe a demanda de produtores e extensionistas de novas espécies de flores para agregar renda e diversificar a produção na sexta fase, que deve ocorrer no segundo semestre de 2020. A estátice e o copo-de-leite, que têm as mesmas vantagens do gladíolo, são as próximas espécies que estão sendo estudadas para atender à demanda. 

NAS ESCOLAS
Além do acompanhamento em propriedades rurais, o Flores para Todos também ensina o cultivo das plantas em escolas do interior. As flores são produzidas pelos próprios alunos, e depois viram ornamentações em formaturas e festas do colégio, ou são distribuídas em datas como o Dia das Mães.

- Se nós conseguirmos introduzir na prática pedagógica a atividade de jardinagem e floricultura, vamos criar uma geração que possa se interessar mais pela área e vai construir uma cultura muito mais ligada à natureza - destaca o professor integrante do projeto Nereu Augusto Streck.

A ideia é integrar novas cidades, escolas e novos produtores a cada fase do projeto. Uma vez que aprendem a fazer o manejo correto, os agricultores começam a produzir as flores por conta própria. Assim, é possível sempre agregar novos trabalhadores e disseminar os conhecimentos.

FASES DO PROJETO

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  • 1ª fase - visou a produção de gladíolos para o Dia das Mães em 2018. Foram cinco municípios participantes: Santa Maria, Dilermando de Aguiar, Cachoeira do Sul, Nova Palma e Santiago
  • 2ª fase - produção das flores para o Dia de Finados em 2018, somando outras cidades e escolas rurais, como: Itaara, Formigueiro, São João do Polêsine, Tupandi, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (Bento Gonçalves), uma Escola Rural de Júlio de Castilhos e uma Escola Técnica em Cachoeira do Sul. Ao todo, foram 14 produtores e três instituições de ensino. Nas duas primeiras fases do projeto foram produzidos aproximadamente 9 mil hastes de gladíolo
  • 3ª fase - comercialização das hastes florais para o Dia das Mães de 2019. Foram 15 produtores contemplados de oito municípios: Piratini, Mormaço, Soledade, Faxinal do Soturno, Santa Maria, Cerro Branco, Cachoeira do Sul e Vila Nova do Sul.
  • 4ª fase - produção para o Dia de Finados de 2019. Houve a participação de diferentes municípios dos quatro regiões do Estado. Na regional da Emater de Santa Maria, participaram: Restinga Sêca, Dilermando de Aguiar, Mata, São Sepé, Ivorá, Júlio de Castilhos e Cachoeira do Sul, além de algumas escolas
  • 5ª fase - comercialização no Dias das Mães de 2020, onde novamente houve a participação de municípios de diferentes regiões. No escritório regional da Emater de Santa Maria, foram quatro produtores beneficiados nos municípios de Silveira Martins, São Vicente do Sul, Cachoeira do Sul e Toropi, e três escolas rurais (em Faxinal do Soturno, na Escola Estadual São Domingos Sávio; Itaara, na Escola Municipal Alfredo Lenhardt e em Júlio de Castilhos, na Escola Estadual Carlos Gomes)

*Colaborou Janaína Wille

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